segunda-feira, 17 de abril de 2017

CARIMBÓ MANIFESTAÇÃO CULTURAL



Amazônia

Carimbó, manifestação cultural que retrata a identidade do povo paraense

As influências culturais indígena, negra e ibérica estão presentes nos instrumentos, na dança e na música

Brasil de Fato | Belém (PA),
O nome carimbó deriva do instrumento de percussão indígena chamado de curimbó, que na língua Tupi quer dizer pau oco. O curimbó é feito de um tronco de árvore escavada e possui uma das extremidades coberta por couro de boi, veado ou outro animal.
Existem ainda outros instrumentos que acompanham o gênero musical, como um par de maracás, milheiro – instrumento de zinco e que produz um som parecido ao do maracá – banjo, pandeiro, sopro – podendo ser uma flauta, clarinete ou saxofone.
Os músicos ficam ao redor dos curimbós. Os batedores, denominação dada àqueles que tocam o curimbó, sentam-se sobre os tambores e com as mãos tocam o instrumento que emite um som grave e que dita o ritmo e a dança.
A manifestação traz em seu bojo as influências culturais indígenas, africanas e portuguesas. O canto, a música, a dança e a formação instrumental foram tradicionalmente transmitidas pela oralidade, com forte presença no nordeste do Pará, nas cidades de Marapanim e ilha do Marajó, conhecidas como região do salgado.
As letras das músicas, em geral, tratam do cotidiano do caboclo ribeirinho, do trabalho do agricultor e do pescador, mas também cantam sobre elementos da fauna e flora da região. Os compositores costumam ser agricultores ou pescadores, moradores do interior do Pará, de comunidades ribeirinhas e rurais da Amazônia.
A dança que acompanha o ritmo possui uma coreografia marcante, os passos são miúdos, e o casal dança de forma cíclica, como uma dança de roda, sem haver um contato físico.

HISTÓRIA DO CARIMBÓ

Carimbó

O carimbó é um ritmo musical amazônico e também uma dança de roda de origem indígena, típica da região litorânea do nordeste do estado do Pará, no Brasil, influenciado por negros (percussão e sensualidade) e portugueses (palmas e sopro). O nome também se aplica ao tambor utilizado nesse estilo musical, chamado de "curimbó".
Uma forma de expressão marcada pelo ritmo e pela dança, sendo uma das principais fontes rítmicas da lambada. Na forma tradicional, o carimbó é chamado de "pau e corda", peculiar pela batida do tambor curimbó acompanhado por banjo e maraca.
A dança se espalhou também pela Região nordeste do Brasil. O carimbó é considerado um gênero de dança de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se, recebendo outras influências, principalmente da cultura negra.[3] Atualmente o carimbó está tanto associado a festividades religiosas.
Essa expressão cultural da região amazônica se tornou patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em setembro de 2014. O registro foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)

Etimologia

"Carimbó" do tupi "korimbó", originado da junção de "curi" (pau oco) e "m’bó" (furado), significando “pau que produz som". Devido a forte presença do instrumento "curimbó", tambor que marca o rítmo, feito artesanalmente com a escavação de um tronco de árvore, encoberto com couro de animal e afinado ao calor do fogo.

História

É difícil afirmar com exatidão onde surgiu o ritmo, disputam a localidade de Marapanim e a Ilha de Marajó.[1] Sendo a música preferida pelos pescadores e agricultores paraenses, embora não conhecida como carimbó, sendo apenas uma representação rimada dos aspectos da vida simples recitada pelos ribeirinhos, acompanhado pelo curimbó. O festejo normalmente ocorria após a pescaria e o plantio.
O ritmo atravessou a baía de Guajará com os pescadores, desembarcando em praias da região do Salgado paraense, ou região atlântica. Em algumas regiões próximas às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, no município de Curuçá, são os sítios que reivindicam a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável. Em Marapanim, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o "Festival de Carimbó de Marapanim — O Canto Mágico da Amazônia", no mês de dezembro.
Devido a imensidão do terreno paraense, o carimbó se desmembrou em três variações: o carimbó praieiro, o carimbo pastoril e o carimbó rural. Decorrentes do tipo de atividade desempenhada em cada região, diferenciando nas rimas que irão contar sobre o cotidiano local.
Inicialmente fruto de uma reunião entre amigos e familiares, o fazer carimbó se modificou e deu início a grupos e bandas. Nas décadas de 1960 e 1970, o carimbó tornou-se popular, comum nas rádios e nos bailes. Diversos artistas gravaram discos LP, a exemplo de Pinduca, Cupijó e Verequete.
Atualmente, o carimbó tem como característica, ser mais solto e sensual, com muitos giros e movimentos onde a mulher tenta cobrir o homem com a saia. A maior influência hoje do carimbó em todo território nacional é a banda Calypso (antigamente formado por Joelma e Chimbinha), que o apresenta a todo o Brasil, com todo um figurino colorido característico.
No dia 26 de agosto é celebrado o centenário do Verequete, um dos importantes mestres do ritmo no estado do Pará, devido sua trajetória voltada para a composição de músicas no estilo “pau e corda”, mantendo o tradicional esquema de produção do ritmo. A data é também o Dia Municipal do Carimbó, instituído em 2004.[

Formas de toque

Na forma tradicional, sem uso de instrumentos elétricos, chamado de "pau e corda", os tocadores sentam sobre o tambor curimbó e tocam com as duas mãos. Costumam estar presentes também os maracás, reco-reco e a onça, completando o grupo instrumental. A variação moderna também adiciona guitarra e instrumento de sopro.

Vestuário

As mulheres dançam descalças e com saias rodadas, coloridas e longas. A saia é franzida e normalmente possui estampas florais grandes. Blusas brancas, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou camélias.
Os homens dançam utilizando calças curtas, geralmente brancas e simples, comumente com a bainha enrolada, costume herdado dos ancestrais negros que utilizavam a bainha da calça desta forma devido às atividades exercidas, como, por exemplo, a coleta de caranguejos nos manguezais.

Dança

A dança de passos miúdos e em roda é uma tradição indígena, misturado com: o rebolado sensual e o batuque ligeiro do negro e os instrumentos de sopro e o modo de dançar girando, com a formação de casais dos portugueses.
A dança do carimbó apresenta uma coreografia em que os dançantes imitam animais como o macaco e o jacaré. Sendo apresentada em pares, começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltadas para o centro. Quando a música inicia, os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente, os pares se formam, girando continuadamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio. Nesta parte, observa-se a influência indígena, quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante.
 

PRAIAS DE MARUDÁ



Praias de Marudá amanhecem cobertas por algas no Pará

Sargaço tomou conta de duas praias do distrito.
Fenômeno já havia ocorrido no Atalaia, em abril.

Do G1 PA

A população de Marapanim tomou um susto na manhã desta sexta-feira (8): a praia do distrito de Marudá e a Praia do Crispim amanheceram coberta por algas. O mesmo fenômeno já havia sido registrado na praia do Atalaia, no município de Salinópolis, no dia 14 de março.
De acordo com o biólogo Rosildo Paiva, da Universidade Federal do Pará (UFPA), especialista no estudo de fitoplâncton, a alga não é tóxica e não impede a prática de banho, mas ele orienta que por conta da grande abundância das algas é possível ocorrer acidentes como afogamento.
Na praia do Crispim, a mais famosa do distrito e mais afetada pelas algas, donos de bares temem que o fenômeno espante a clientela. Eles convocam um mutirão para ajudar na limpeza da praia, já que o sargasso espanta os banhistas.
Donos de barracas temem que sargaço espante
clientes (Foto: Hiris Santos / Rádio Tropical Marudá)