Festival de Carimbó celebra a tradição do ritmo paraense, que se mantém vivo com as novas gerações.
Estátua do Mestre Lucindo dá
as boas vindas aos visitantes do município de Marapanim, que recebe o Festival
do Carimbó no último final de semana do mês de maio. (Foto: Reprodução/TV
Liberal)
O
município de Marapanim, no nordeste do Pará, recebe nos dias 29, 30 e 31 de
maio o Festival do Carimbó, uma celebração da manifestação cultural que no ano
de 2014 recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Cultura
Brasileira.
Na entrada do município os visitantes são recebidos pela imagem de Luiz
Rebelo da Costa, o Mestre Lucindo, um dos principais responsáveis pelo título
que a cidade recebe: Terra do Carimbó. No município, que tem cerca de 29 mil
habitantes, existem quarenta grupos de carimbó.
Pesquisadores contam que a relação dos moradores com o Carimbó é uma herança
dos primeiros habitantes do local. "O Carimbó praiano, pesquisas apontam
que nasceu aqui, no século XVIII, no município de Marapanim. Ele surgiu com um
grupo de ex-escravos, numa localidade às margens do Rio Marapanim", conta
o historiador Carlos Canuto.Dona Maria comanda o grupo mais antigo da cidade, chamado Borboletas do Mar. O marido dela também foi Mestre de Carimbó, Pedro Roberto Alves, e deixou um pedido quando adoeceu. "Cuida do meu Carimbó", relembra Dona Maria, que pretente cumprir o pedido. "Até quando Deus quiser, até quando Deus me der vida e saúde a tradição vai continuar", promete.
A tradição se mantém viva com a entrada de integrantes mais jovens nos grupos, como o adolescente Carlos Henrique Corrêa, de 14 anos. "Eles gostaram de mim, gostaram do meu batuque e me levaram pra começar", conta o jovem, que passou a fazer parte do grupo após um teste.
Para o dançarino Thiago Souza, de 21 anos, é uma honra perpetuar a tradição. "Eu me sinto muito honrado junto com os menus parceiros de dançar o Carimbó, de pé no chão. Enquanto um grupo estiver tocando lá no palco, a gente está dançando aqui embaixo, é muito bom", celebra o dançarino.
Cauê Lima apareceu pela primeira vez no programa É do Pará quando tinha apenas 3 anos de idade, e hoje aos 8 anos faz parte do grupo Flor do Mangue, do Mestre Branco, que pretende descobrir mais "príncipes" e "princesas" do Carimbó. "Muitas crianças querem vir pro grupo, então eu quero fazer uns curimbós menores pra ensinar eles a tocar, cantar e dançar", planeja o mestre.
FONTE: G1
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