segunda-feira, 17 de abril de 2017

HISTÓRIA DO CARIMBÓ

Carimbó

O carimbó é um ritmo musical amazônico e também uma dança de roda de origem indígena, típica da região litorânea do nordeste do estado do Pará, no Brasil, influenciado por negros (percussão e sensualidade) e portugueses (palmas e sopro). O nome também se aplica ao tambor utilizado nesse estilo musical, chamado de "curimbó".
Uma forma de expressão marcada pelo ritmo e pela dança, sendo uma das principais fontes rítmicas da lambada. Na forma tradicional, o carimbó é chamado de "pau e corda", peculiar pela batida do tambor curimbó acompanhado por banjo e maraca.
A dança se espalhou também pela Região nordeste do Brasil. O carimbó é considerado um gênero de dança de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se, recebendo outras influências, principalmente da cultura negra.[3] Atualmente o carimbó está tanto associado a festividades religiosas.
Essa expressão cultural da região amazônica se tornou patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em setembro de 2014. O registro foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)

Etimologia

"Carimbó" do tupi "korimbó", originado da junção de "curi" (pau oco) e "m’bó" (furado), significando “pau que produz som". Devido a forte presença do instrumento "curimbó", tambor que marca o rítmo, feito artesanalmente com a escavação de um tronco de árvore, encoberto com couro de animal e afinado ao calor do fogo.

História

É difícil afirmar com exatidão onde surgiu o ritmo, disputam a localidade de Marapanim e a Ilha de Marajó.[1] Sendo a música preferida pelos pescadores e agricultores paraenses, embora não conhecida como carimbó, sendo apenas uma representação rimada dos aspectos da vida simples recitada pelos ribeirinhos, acompanhado pelo curimbó. O festejo normalmente ocorria após a pescaria e o plantio.
O ritmo atravessou a baía de Guajará com os pescadores, desembarcando em praias da região do Salgado paraense, ou região atlântica. Em algumas regiões próximas às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, no município de Curuçá, são os sítios que reivindicam a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável. Em Marapanim, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o "Festival de Carimbó de Marapanim — O Canto Mágico da Amazônia", no mês de dezembro.
Devido a imensidão do terreno paraense, o carimbó se desmembrou em três variações: o carimbó praieiro, o carimbo pastoril e o carimbó rural. Decorrentes do tipo de atividade desempenhada em cada região, diferenciando nas rimas que irão contar sobre o cotidiano local.
Inicialmente fruto de uma reunião entre amigos e familiares, o fazer carimbó se modificou e deu início a grupos e bandas. Nas décadas de 1960 e 1970, o carimbó tornou-se popular, comum nas rádios e nos bailes. Diversos artistas gravaram discos LP, a exemplo de Pinduca, Cupijó e Verequete.
Atualmente, o carimbó tem como característica, ser mais solto e sensual, com muitos giros e movimentos onde a mulher tenta cobrir o homem com a saia. A maior influência hoje do carimbó em todo território nacional é a banda Calypso (antigamente formado por Joelma e Chimbinha), que o apresenta a todo o Brasil, com todo um figurino colorido característico.
No dia 26 de agosto é celebrado o centenário do Verequete, um dos importantes mestres do ritmo no estado do Pará, devido sua trajetória voltada para a composição de músicas no estilo “pau e corda”, mantendo o tradicional esquema de produção do ritmo. A data é também o Dia Municipal do Carimbó, instituído em 2004.[

Formas de toque

Na forma tradicional, sem uso de instrumentos elétricos, chamado de "pau e corda", os tocadores sentam sobre o tambor curimbó e tocam com as duas mãos. Costumam estar presentes também os maracás, reco-reco e a onça, completando o grupo instrumental. A variação moderna também adiciona guitarra e instrumento de sopro.

Vestuário

As mulheres dançam descalças e com saias rodadas, coloridas e longas. A saia é franzida e normalmente possui estampas florais grandes. Blusas brancas, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou camélias.
Os homens dançam utilizando calças curtas, geralmente brancas e simples, comumente com a bainha enrolada, costume herdado dos ancestrais negros que utilizavam a bainha da calça desta forma devido às atividades exercidas, como, por exemplo, a coleta de caranguejos nos manguezais.

Dança

A dança de passos miúdos e em roda é uma tradição indígena, misturado com: o rebolado sensual e o batuque ligeiro do negro e os instrumentos de sopro e o modo de dançar girando, com a formação de casais dos portugueses.
A dança do carimbó apresenta uma coreografia em que os dançantes imitam animais como o macaco e o jacaré. Sendo apresentada em pares, começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltadas para o centro. Quando a música inicia, os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente, os pares se formam, girando continuadamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio. Nesta parte, observa-se a influência indígena, quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante.
 

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